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Muito tem se falado e muito tem se publicado sobre a recessão econômica atual brasileira, que infelizmente, por descuido e por uma má gestão do dinheiro público, continua em um galopar alucinante.
Entretanto, poucos dão conta do impacto que esta situação causa às instituições que honrosa e bravamente prestam atendimento às famílias, jovens e, principalmente às crianças que precisam de amparo que nem a tal bolsa-família é capaz de suprir, que é a atenção, o carinho e a carência social. Estas organizações vivem às duras lutas para manterem-se financeiramente no seu dia-a-dia e, grande parte desta verba não vem do dinheiro público (municipal ou estadual), é formada principalmente pelas doações de pessoas e empresários, além do valioso trabalho dos queridos voluntários, categoria que me incluo. Muitas vezes estas doações particulares formam mais de 70% do orçamento anual de uma instituição sem fins lucrativos, os outros 30% são originários de projetos fomentados pelos programas de amparo à criança e adolescente, como o Funcri, que também sofrem cortes, pois são criados pelo repasse do imposto de renda anual a ser pago (se a empresa não tem lucro, não paga imposto de renda. Se a empresa não paga imposto de renda, não se tem o que repassar e aí, a verba diminui ainda mais).
Em época de crise financeira, por maior que seja a vontade, as primeiras providencias que fazemos, assim como nas empresas, é cortar despesas ou investimentos e, evidentemente, teremos que concordar que “doações” são as primeiras opções de cortes da nossa “lista-de-gastos-desnecessários”, mesmo porque o Brasil nunca foi um país que trata estas doações como investimento social, mas como meras despesas.
Com estas poucas observações, poderemos montar um quadro alarmante quanto ao impacto imediato causado no dia-a-dia da sociedade sempre que algo não está bem na economia.
Lembramos ainda que, quando falamos em recessão, não necessariamente estamos falando dos problemas financeiros que afetam as indústrias ou aos seus empresários, mais favorecidos financeiramente. Estamos falando de pessoas como eu ou você, caro leitor e cara leitora, que compõe a maior massa de doações junto às Organizações Sociais (cerca de 70% do total).
Afinal de contas, se está ruim para “eles”, imaginem “para nós”.
Concluindo, não podemos deixar de lembrarmo-nos das dificuldades que as instituições sérias passam diariamente e, tão pouco, esquecer que em época de crise econômica estas dificuldades aumentam nas mesmas proporções da inflação ou da alta do dólar, que vem galopando em uma manada “desgovernante”.
Luciano Malpelli - Administrador de Empresas e Titular da Aporthe Consultoria e Treinamentos Empresariais.