O Brasileiro é mais Solidário que Voluntário!
Poucas pessoas sabem, mas existe uma sutil diferença em trabalho Solidário e trabalho Voluntário.
Solidário é aquela pessoa que se move emocionalmente por uma situação pontual, como a de juntar as suas roupas usadas para doar para uma campanha do agasalho, ou que coleta alimentos para doar para as pessoas atingidas por uma enchente. Isso é ser solidário.
Mas então, isso não é ser voluntário? Parece tudo igual!
A grande diferença é o tempo em que esta pessoa presta o seu serviço.
Se um trabalho solidário é pontual, um trabalho voluntário é de média ou longa duração, ou seja, enquanto o solidário separa e doa as roupas para uma instituição, o voluntário as recebe, separa, limpa e distribui, normalmente junto a uma ONG já constituída, e continua doando/emprestando o seu tempo durante o ano todo em ações de apoio às famílias em vulnerabilidade desta comunidade.
Com esta distinção, temo em afirmar que o brasileiro é mais solidário que voluntário.
Basta visitarmos algumas instituições sociais que percebemos a grande dificuldade destas em ter pessoas comprometidas por mais tempo que um único final de semana ou na ajuda de uma única ação social.
Claro também é para mim, que muitas vezes, as instituições não chegam até as pessoas que, em algum momento, desejam trabalhar como voluntárias, e isso determina o baixo índice de captação de trabalhadores, principalmente para aquelas instituições menos famosas e que representam certa de 80% das ONG´s no Brasil.
A falta de ações simples por parte das instituições determina o baixo volume de pretendentes a esta função mais duradoura.
O que fazer então para mudarmos este perfil de um povo mais solidário para um mais voluntário?
10 dicas para fortalecer a captação de voluntários em uma ONG;
1) Conheça a Lei do Voluntariado Brasileiro e seu Contrato de Voluntariado (isso evitará possibilidade de processos trabalhistas por pessoas mal intencionadas). Material disponível no site voluntariosbrasil.blogspot.com.
2) Defina um(a) Gestor dos Voluntários (uma pessoa de instituição, responsável por recepcionar, instruir, orientar e acompanhar os trabalhos do voluntário).
3) Defina qual o perfil de seus voluntários, as especialidades necessárias para serem preenchidas, o quadro de horário (manhã, tarde, noite) e dias da semana (2ª a sexta).
4) Divulgue para a sua comunidade (nas redes sociais, para os amigos e mídia local) que a instituição tem vagas abertas para o trabalho de voluntários, divulgue em sites próprios, como o voluntariosbrasil.blogspot.com, sem esquecer de colocar endereço, telefones e o nome da pessoa responsável por este atendimento.
5) Recepcione o candidato(a) cordialmente, conheça o seu perfil, apresente a missão da instituição e o que se espera dele, principalmente em relação ao seu comprometimento de mais longo prazo (isso evita que inicie-se um projeto mas as pessoas envolvidas já sabem que deverão se ausentar em breve por uma viagem ou algo parecido).
6) Trate o voluntário(a) com muito respeito e motivação, mas lembrando sempre que voluntário não é empregado, portanto, ele não pode ser tratado como tal.
7) Semanalmente ou mensalmente, reúna-se com eles para dar um feed-back (retorno) sobre o trabalho realizado e para discutir os novos planos de ação (isso facilitará o entrosamento e a participação mais efetiva de todos).
8) Faça um banco de cadastro de reserva das pessoas que se ofereceram mas não puderam ser utilizadas na instituição. Se abrir uma nova vaga, basta convida-las.
9) O gestor dos voluntários deve ser sempre atencioso e interessado, mas o maior respeito que um voluntário pode receber é ser valorizado em suas ações e, acima de tudo, respeitado como pessoa e como profissional.
10) Não pare, não desista, siga em frente.
Visitem nossas postagens aqui no http://voluntariosbrasil.blogspot.com
Luciano Malpelli
Consultor Empresarial e Gestor Social da
Aporthe Social Consultoria e Gestão Social
E-mail: aportheconsult@gmail.com
Junho/2017